terça-feira, 26 de junho de 2012

Rio +20: "O futuro que NÃO queremos"


O texto final da Rio+20, intitulado "O futuro que queremos", foi publicado no site oficial da conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável, que terminou sexta-feira, 22. Recebeu críticas das próprias delegações que participaram da conferência e de organizações não governamentais. Os negociadores da União Europeia classificaram a redação de “pouco ambiciosa” e disseram que faltam “ações concretas” de implementação das ações voltadas ao desenvolvimento sustentável.

Por sua vez, antes mesmo da ratificação pelos chefes de Estado, integrantes da sociedade civil assinaram uma carta endereçada aos governantes intitulada “A Rio+20 que não queremos”, na qual classificam o texto da conferência de“fraco”.

“O documento intitulado 'O Futuro que Queremos' é fraco e está muito aquém do espírito e dos avanços conquistados nestes últimos 20 anos, desde a Rio 92. Está muito aquém, ainda, da importância e da urgência dos temas abordados, pois simplesmente lançar uma frágil e genérica agenda de futuras negociações não assegura resultados concretos”, afirma o documento, assinado por mais de mil ambientalistas e representantes de organizações não-governamentais.

A carta diz ainda que a Rio+20 passará para a história como uma conferência das Nações Unidas que ofereceu à sociedade mundial um texto marcado por “graves omissões que comprometem a preservação e a capacidade de recuperação socioambiental do planeta, bem como a garantia, às atuais e futuras gerações, de direitos humanos adquiridos.”

O documento termina dizendo que a sociedade civil não ratifica o texto da Rio+20.“Por tudo isso, registramos nossa profunda decepção com os chefes de Estado, pois foi sob suas ordens e orientações que trabalharam os negociadores, e esclarecemos que a sociedade civil não compactua nem subscreve esse documento”,conclui a carta.


FONTE: Notícias Uol http://www.uol.com.br/

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Rio +20

           Expectativa de fracasso, entraves nas negociações, duras críticas feitas por organizações da sociedade civil e provável ausência dos principais líderes mundiais. O clima às vésperas da Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, é o mesmo de duas décadas atrás, antes da Rio 92, conferência da ONU sobre "ambiente e desenvolvimento".

            As críticas à Rio+20 são várias, segundo ONGs brasileiras e do exterior. A falta de entrosamento dos países na elaboração do “Rascunho Zero”, documento que norteará o encontro e vai definir o que é uma “economia verde”, aliada ao fato da conferência não resultar em obrigações com metas ambientais, sociais e econômicas, enfraquecem a Rio+20 e afastam grandes líderes -- como os chanceleres David Cameron, do Reino Unido, e Angela Merkel, da Alemanha, que já informaram que não estarão no Brasil.

           O encontro de duas décadas atrás, também chamado de "Cúpula da Terra" e de "Eco 92", popularizou a ideia de desenvolver a economia de olho nas questões sociais e ambientais -- o conceito foi batizado de "desenvolvimento sustentável". Mais de cem chefes de Estado participaram e assinaram acordos considerados importantes e “de sucesso”, de acordo com especialistas em negociações internacionais. 

Entre os principais resultados da conferência estão o documento da Agenda 21, um roteiro para países, estados e cidades de como crescer e ao mesmo tempo resolver problemas ambientais e sociais; a criação da Convenção do Clima e da Convenção para a Biodiversidade, além do embrião da Convenção de Combate à Desertificação.

           "Em 1992 havia um esforço enorme para que os chefes de Estado viessem. Ocorreram extensas rodadas de negociação que resultaram nos tratados internacionais. Antes da conferência acontecer, as pessoas não achavam que seria grande coisa. Mas ela deu certo", disse José Goldemberg, ministro da Ciência e Tecnologia da época, considerado uma das principais peças-chave da conferência e um dos interlocutores do então presidente Fernando Collor durante as negociações do segmento de alto nível (com chefes de Estado).  

Rubens Ricupero, embaixador brasileiro e presidente da comissão de Finanças da Eco 92, fez a mesma avaliação. "Naquela época, o Brasil tinha uma atitude muito pró-ativa, de aproximar as posições e se empenhou em facilitar mais os acordos, como anfitrião. As condições naquela época [para acordos multilaterais] eram mais favoráveis que hoje. Era uma situação muito mais encorajadora e parecia haver uma convergência favorável à cooperação internacional", afirmou.

A Rio+20 será realizada entre os dias 13 e 22 de junho de 2012 na cidade brasileira do Rio de Janeiro. O evento ocorrerá em mais de dez locais diferentes, tendo oRiocentrosido o principal local de debates e discussões da Rio+20. Além deste, o evento será realizado, oficialmente, no Aterro do Flamengo, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e em mais de cinco outros locais.


FONTE: G1 Natureza http://g1.globo.com/natureza